Os porcos da fazenda!

--

Eu tenho pressa de vencer / Eu tenho pressa de vingar / Vencer para me suceder, Vingar pra me realizar/ Vivendo assim eu vou morrer / Vivendo assim eu vou matar

Canibal (devotos)

Estamos sozinhos. Passamos boa parte do tempo conquistando coisas das quais realmente não precisamos. Carro, casa, apartamento, muros, cercas, condomínios, seguro de vida, seguro saúde, plano de carreira, plano funerário. Quase a vida toda se afastando de quem somos, de onde viemos. Competitivos, fazemos planos mirabolantes para “melhorar de vida”, ganhar mais, ser mais reconhecido, mais relevante. Desde pequenos nos ensinam a buscar meios para sermos diferenciados, ser elite financeira, intelectual ou espiritual. Planos de como ser melhor do que quem está no nossa lado. Quanto mais conquistamos, mais queremos. Acumuladores compulsivos de coisa, de títulos, de medalhas de mérito, de likes, de moral e honra. Somos predadores, dominantes e, ou mesmo tempo, vacilantes. Frágeis e solitários em um universo tão gigante. Cultivamos conquistas em um terreno fértil cheio de frustrações. Engordamos nossa egos, esperando se saber, o abate. No final já estaremos mortos, antes mesmo que sintam o cheiro podre da nossa carne. Deixaremos de herança a certeza de que nem o mais rico, nem o mais esperto, nem o mais iluminado viveu plenamente sua verdade.

Olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir…

George Orwell

--

--